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Engenharia de segurança: Missão sem fim

Todos os profissionais da construção civil são sabedores dos riscos inerentes à execução de seus trabalhos, pouco importa em que instância ou em que nível eles ocorrem.

Desde um simples corte no dedo provocado por uma folha, até uma fratura provocada por queda de um andaime, são inúmeros os fatores que podem acarretar em acidentes.

Acima de tudo, a autoconfiança nos dá conta de que qualquer trabalho pode ser perfeitamente executado, desde que os cuidados necessários sejam observados por todos os que dele participam. E aí reside o perigo, ou pelo menos o ponto de atenção e de reflexão que queremos abordar aqui.

Cada pessoa guarda em si um conceito de segurança. Mas nem tudo o que é seguro para mim, necessariamente é seguro para os demais que me cercam, certo?

As estatísticas tem mostrado que a principal fonte de acidentes ainda é o ato inseguro, ou seja, descuido, desatenção, imprudência, desrespeito às normas de segurança, etc.

No sentido inverso, por vezes, criam-se procedimentos cujo mote deveria ser evitar os acidentes, mas que por vezes mais parecem ferramentas investigativas, burocráticas e/ou policiais do que realmente, preventivas.

Mas enfim, como imunizar um ambiente para que então, possamos nos ver afastados do fator “azar” na execução das tarefas do cotidiano dentro das obras? Mais ainda: Como expandir os limites das responsabilidades para que todos entendam que o EHS (Environment, Health and Safety), ou Segurança, Saúde e os cuidados com o Meio Ambiente, não sejam tratados como custo ou até mesmo, uma moda?

A resposta é uma velha conhecida de todos, em nossa modesta opinião: A conscientização.

Um enorme desafio que a engenharia de segurança e seus profissionais têm em suas mãos e que se implementada com sucesso leva uma empresa a um patamar completamente diferente quando se fala de EHS.

Ninguém em sã consciência quer sofrer um acidente ou causar um dano ao meio ambiente. E entrar verdadeiramente naquilo que sensibiliza as pessoas a ponto de fazê-las pensar antes de agir tem sido a mais árdua das missões. Mas que sem dúvida alguma, quando alcançada, trazem benefícios enormes a todos.

Uma cultura de segurança, quando alcançada, chega a ser comparável aos dogmas religiosos, pois traz em seu núcleo aquilo que de mais precioso as pessoas carregam dentro de si: os valores e princípios que a conduzem para a vida. Separar o seguro do não seguro é como separar o bem e o mal, dentro daquilo que toca a consciência de cada ser humano. E isso passa a ser executado sem pensar, pois já está absorvido e pulsa em suas veias.

O fato inexorável da vida das pessoas em seu trabalho é que, a medida com que as coisas acontecem, com elas vêm os espaços para improvisos, imprudências, desrespeitos e tudo mais que culminam invariavelmente em um acidente.

Somente o dia em que as pessoas carregarem em suas almas, que sua vida vale mais que a pressa do patrão, do que dar um jeitinho para acabar mais rápido ou de que “eu sei o que estou fazendo”, aí sim, a missão dos “agentes de segurança”, profissionais dedicados e apaixonados pelo que fazem, estará em seu apogeu.

Sem querer parecer tragicômico, mas é também no apogeu que se vive outro não menos desafiador processo: o de manutenção dos níveis de conscientização e resultados.

Por isso, remetendo ao nosso título, a missão nunca tem fim.

Mas terá certamente nesse momento um sabor incrivelmente doce, se comparado com as mazelas que vivemos, infelizmente, nos canteiros de obra diariamente.

Marcelo Machado
Marcelo Machado
Colaborador do Gestor de Obras