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Economia: Por que o mundo tem medo da desaceleração chinesa?

A China espirra e o mundo adoece. Pode parecer jargão de economistas, mas a frase reflete de alguma forma o que acontece hoje no mundo, particularmente no primeiro dia útil do ano em que o mercado de ações foi surpreendido por um dado da segunda maior economia do planeta, a China.
O governo chinês divulgou o Índice de atividade dos gerentes de compra (PMI) do setor industrial da China, que recuou para 48,2 pontos em dezembro, de 48,6 pontos em novembro. O resultado marcou o décimo mês consecutivo de leitura abaixo da linha dos 50,0 pontos, o que indica contração da atividade econômica chinesa.
Foi o suficiente para colocar os mercados em polvorosa, com queda nos índices das principais bolsas no mundo. No Brasil, o efeito colateral também foi sentido na BM&FBovespa, que caía 1,75% por volta das 16h30, e no câmbio, cuja cotação ultrapassou os R$ 4,00.
O que está por trás desse tropeço chinês é na verdade uma das grandes preocupações dos economistas e analistas do mundo: uma desaceleração da atividade econômica muito maior do que se imaginava na China.
PIB
Dona de um PIB de US$ 10,35 trilhões segundo o Banco Mundial, e uma população de 1,364 bilhão de habitantes (2014), cuja expectativa de vida é de 75 anos, a China tem dominado a cena do comércio internacional, particularmente nas últimas duas décadas.
Ainda segundo dados do Banco Mundial, o crescimento anual do PIB chinês dá uma dimensão clara do fenômeno da desaceleração. Em 2010, a economia chinesa cresceu 10,5% em relação ao ano anterior; em 2011, 9,3%; em 2012, 7,7%; em 2013, novamente 7,7%. No ano passado, a estimativa foi de um crescimento de 7,4% do Produto, com perspectivas menores para os anos subsequentes: (7,1% em 2015, 7% em 2016 e 6,9% em 2017).
Uma chave para entender o problema está na balança comercial chinesa. Em novembro do ano passado, as exportações chinesas subiram 4,7%, enquanto as importações caíram 6,7%. Ainda assim, os números deixaram país com superávit recorde de US$ 54,5 bilhões.
O detalhe é que os remédios usados para suavizar a contração nas importações chinesas parecem até aqui ineficazes. Após afirmar publicamente por meses que a China não precisava de nenhum grande estímulo econômico, o banco central do país surpreendeu ao cortar os juros em novembro em 0,25 ponto percentual, para 4,35%. A medida tomada à época foi uma tentativa de suavizar o resultado trimestral do PIB naquele momento, 6,9% no trimestre, a expansão trimestral mais fraca desde 2009, no auge da crise financeira.

Brasil
A desaceleração chinesa não exclui o Brasil. Em 2014 as exportações do País à China somaram US$ 40,6 bilhões, representando um declínio de 12% em comparação com o ano de 2013. Já as importações da China para cá totalizaram US$ 37,3 bilhões, refletindo um pequeno aumento de 0,1%. Com estes resultados, o saldo da balança comercial entre os dois países fechou o ano de 2014 com US$ 3,2 bilhões favoráveis ao Brasil.
O Brasil exporta aos chineses principalmente soja, minério de ferro e óleos brutos de petróleo, que, somados, representam 79,8% da pauta. E importa máquinas e aparelhos elétricos e mecânicos, que, somados, corresponderam a 48,4% do montante da pauta.
O minério de ferro é um capítulo à parte, cujo sinônimo no Brasil é a Vale, maior exportadora do produto à China. Os últimos dados disponíveis mostram que a China respondeu por 51,6% das vendas de minério de ferro da Vale no segundo trimestre de 2014, que somaram 83,642 milhões de toneladas no período. A Ásia foi destino de 66,4% das vendas no segundo trimestre da mineradora.
Um outro setor que merece ressalva é o de veículos automóveis, tratores, ciclos e suas partes, apresentou, também, um declínio em dólares de 3,1% em 2014. Entre os produtos desta categoria, cabe ressaltar a forte diminuição nas importações de automóveis de passageiros e veículos automóveis para usos especiais, que encerraram o ano com quedas, em dólares, de 35,7% e 35,1%, respectivamente.

Fonte: Isto É Dinheiro / Adaptado

Marcelo Machado
Marcelo Machado
Colaborador do Gestor de Obras