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18/10/2015A construção civil está em alerta no Brasil. Todos estão preocupados com a situação do país, e por que não dizer de seus principais atores, envolvidos nos escândalos de corrupção que paralisam todo o país. O governo ocupa 100% do seu tempo atualmente para se manter no governo ao invés de governar. E enquanto nada avança no campo político, assistimos o rumo da economia, cada vez mais afetada por essa letargia, ir de mal a pior.
Essa á apenas uma leitura do cenário atual. Não existe aqui nenhuma defesa ideológica ou opinião partidária.
O setor da construção é indubitavelmente um dos grandes motores de nossa economia. Assim como os demais, sofre com a falta de visibilidade, perspectivas de investimento e confiança. Importante lembrar ainda que o Brasil está inserido economicamente no bloco da América Latina e que, à medida que a economia mundial apresenta fraco crescimento, voltam na tela os sinais antigos de problemas latino-americanos, como o final do ciclo de preços altos das comodities e do crédito fácil e barato. Portanto, não é somente o que acontece aqui que impacta no mercado.
O fato de que o Brasil e outros países LATAM abandonaram a prudência fiscal trouxe de volta o risco de déficits fiscais importantes, que aliado à queda dos preços de comodities, limitam substancialmente as receitas desses países. As perspectivas de crescimento da região para 2015 são modestas e um ligeiro crescimento se apresenta para 2016. No Brasil, Argentina e Venezuela, o quadro inflacionário adquire contornos de dramaticidade, ainda que os preços na maioria dos países da região se mantenham estáveis. Sob esse prisma, a variação cambial não é de todo ruim, haja visto que contribui através da depreciação das moedas locais, a reduzir o déficit fiscal.
A infraestrutura ainda é de longe o motor da construção civil na LATAM e representa quase 50% de todo o investimento na construção de toda a região. O Brasil e a Argentina são os maiores mercados, consequentemente, os mais expostos à desaceleração econômica e aos desafios fiscais. Como os investimentos em infraestrutura registrarão um crescimento menor que 1% nos próximos anos, isso certamente dificultará o crescimento do mercado de construção como um todo.
Reside nossa esperança então que, tão logo o governo brasileiro anuncie, e coloque em prática, uma política confiável e um compromisso de reformas estruturais em curso, quem sabe o país poderá experimentar o retorno do crescimento, em níveis aceitáveis e compatíveis com seu tamanho e importância no bloco. Os prognósticos da IHS Global Insight mostram um PIB que se contrai 0,5% e retorna em 2016 a níveis de 1,0%-1,3%.
Portanto, a depender dos números friamente, as empresas devem estar preparadas. Nessa hora, mais do que preocupação, o momento é de refletir sobre a melhor forma de atravessar esse período turbulento. Novamente entra em cena a necessidade de organização, produtividade e controle sobre os custos e preços. Muito cuidado e atenção sobre a administração das obras e negócios para evitar surpresas, uma vez que os recursos são limitados, caros e escassos. Somente com esse conjunto de ferramentas, aliada a criatividade que nunca nos abandona em momentos de crise, sairemos novamente vencedores.